Será que estamos todos mais obcecados com uma alimentação (mais) saudável? A pergunta parece surge todos os dias em todos os meios de comunicação social, com todos a opinar sobre ela, uns contra o exagero, outros a favor de realmente querermos comer melhor. E outros ainda sem grande opinião formada porque em nada ou quase nada mudam a sua alimentação.
O que eu penso? Que há de tudo. Que por um lado há quem realmente não se preocupe nada com aquilo que come. Que enche o carrinho do supermercado de processados e congelados duvidosos, refrigerantes, pacotes de batatas fritas, bolachas, snacks, pseudo pão, iogurtes carregados de açúcar cereais de pequeno almoço criados para vender e não alimentar e onde raramente se vê algum tipo de produto fresco. Depois há aqueles que enchem os carrinhos de super alimentos da área viva dos supermercados. De aveia, sementes, frutos secos e muitas farinhas disto e daquilo, leites alternativos, brocolos, peixe e alguma (pouca) carne branca.
E eu acho que, como em tudo na vida tem de haver um equilíbrio. Mas principalmente de deixar de evangelizar os outros com as nossas preocupações alimentares.
Há muito que deixei de tentar explicar – ou melhor que já não me interessa – se as pessoas de fora percebem ou não os motivos das minhas escolhas alimentares para os meus filhos. Digo que não comem açúcar e na grande maioria das vezes a conversa morre por ali, porque é uma opção minha e do pai e já estou fartinha do discurso do “coitadinha da criança, e é só um chocolatinho/bolinho/rebuçado/…
Em relação às minhas próprias escolhas alimentares? Tenho a certeza que sou uma consumidora consciente. Que procura sempre informar-se da origem da carne, do peixe e dos ovos. Que compra legumes e fruta com fartura, e raramente entram processados no meu carrinho. Que faz bolos ao fim de semana, embora eu nem quase os coma (estamos perto do verão, é natural passar a ter cuidados com a linha). Que apenas use manteiga manteiga e azeite para cozinha e comer, que os iogurtes que cá entram em casa seja só naturais (e uns líquidos para a lancheira do Miguel) e que o leite que se compra seja só do dia. Sou uma consumidora que cada vez mais perde tempo a ler rotulos dos alimentos. E há custa disso deixou de comprar algumas coisas ao longo dos anos. São opções minhas, que as faço em consciência.
Às vezes apetece-me ir atrás das pessoas no supermercado e alertá-las para determinadas coisas que levam nos carrinhos para se alimentarem a elas e aos filhos. Penso para com os meus botões, “como é possível aquilo serem as escolhas de algumas pessoas?” Porque muitas vezes não é de todo a questão económica: uma embalagem de aveia custa menos que o mais barato dos cereias de chocolate. E uma embalagem de refrigerante de qualidade duvidosa ainda assim é mais caro que uma garrafa de água.
Depois penso se gosto de ser interpelada de cada vez que digo que não como isto ou aquilo, ou que os meus filhos não comem açúcar. Não. Não gosto de ter de me justificar a algo que só me diz respeito a mim. Eu usei as informações ao meu dispor e fiz as minhas escolhas. Conscientes. Não tenho o direito de mandar no prato de ninguém, nem de tentar evangelizar ninguém acerca daquilo que como. Não bebem leite? Optimo! Deixaram de comer carne de vaca porque a carne vermelha está na origem de muitas doenças? Optimo também. Comem bolos todos os dias porque um bolo de vez em quando nunca fez mal a ninguém, e quem não come doces não pode ser boa pessoas? Perfeito!
Mas enquanto estamos todos tão virados para comer mais saudável que nos achamos no direito de criticar todos aqueles que não o fazem, alguma coisa está mal! Enquanto alguns tentam vender “saúde” sem conseguirem ser objetivos nas suas escolhas, outros comem mal e tentam mostrar que se sentem bem assim. O que eu acho? O que eu acho sinceramente? Que muitos de nós, muito mais informados podemos sim mostrar que fazer escolhas mais saudáveis não é comer pior, não é comer diferente, não é comer sem sabor ou cor. É apenas comer comida a sério. Comida que se cozinha de raiz. Comida que “se descasca em vez de se desembrulhar”.
Ingredientes para 2 pessoas:
1 batata doce laranja média
1 courgete pequena
2 dentes de alho
1 fio de azeite
2 postas de salmão
sal e pimenta q,b,
1 limão
Preparação:
Descasque a batata doce e com a ajuda de uma mandolina com acessório próprio, um robot de cozinha, um “espirilizador” ou até o descascador de batatas corte em formato de tiras fininhas, também conhecido como esparguete de legumes. Sem descascar faça o mesmo com a courgete e reserve.
Tempere o salmão com sal, pimenta e o sumo de limão.
Leve uma frigideira ao lume com um pouco de azeite e acrescente os dentes de alho picadinhos. Deixe aquecer e junte as tirinhas de batata doce e courgete, tempere de sal e deixe cozinhar em lume brando até a batata estar macia.
Grele o salmão de ambos os lados até que fique cozinhado.
Sirva depois o salmão com as tirinhas de batata doce e courgete e acompanhe ainda com legumes cozidos ou uma salada de folhas verdes.
Bom Apetite!