Frango Frank

Na frente do meu prédio tem uma residencia que vende frango assado aos finais de semana naquelas televisões de cachorro, aquele forno giratório. Cheira longe lá no quarto andar. Acho que por isso sempre tenho vontade de comer frango nos finais de semana. Na minha geladeira tinham três peles de frango congeladas, que eu vou usando o peito e guardo a pele para inventar alguma receita depois. Estava inspirada em fazer um frango desossado, mas sem aquelas costuras de linhas que tanto me irritam na hora de servir. Que coisa mais desagradável e achar uma linha no prato, se eu costura-se com certeza alguma linha iria passar despercebida. Uma vez comprei um peito de peru desossado no supermercado que veio uma bola de carne sem uma linha segurada por uma malha de linha grossa. Arrumei os peitos de frango em cima de um papel alumínio porque eu não tinha em casa aquele plastico de ir ao forno com assados e eu precisava de alguma coisa que vira-se tudo junto a pedida que iria amarrando com barbante fino em volta. Era final de semana e eu cozinhava em casa de pijama, apesar de morar a 100 metros de um supermercado, não estava nem um pouco a fim de sair na rua. Me virei e deu certo. Amarrei muito barbante em volta e depois de assado é só cortar e tirar, porque não tem nada preso. Ganhei elogios do maridão e não tinha nenhum vestígio de linha no prato. Me senti meio Victor Frankenstein, construindo um monte de retalhos a minha obra de arte. Nada com filme de terror, nada de mostro, apenas uma colcha de retalhos saborosa e muito perfumada.